quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Alguém Ser

Como pode alguém ser tão diferente? Alguém que parece não existir, que anda entre as pessoas sem se notado, que come nos restaurantes sem ser servido.

Como pode alguém ser tão fechado? Não deixa ninguém se aproximar, ninguém pode ser seu amigo, ninguém pode conhecer seu lado feio.

Como pode alguém ser tão agradável? Por mais que te pisem, sempre ri; por mais que batam, sempre ri; por mais que te matem, não se defende.

Como pode alguém ser tão burro? Finge que é intelectual, normal, que gosta de ler e ouvir música, mas nem sabe ao certo o que gosta.


Como pode alguém ser tão humano ao ponto de não notar que todas as esperanças estão mortas. Tudo aonde poderia criar um mundo melhor está morto. Todos já estão caindo no poço. Todos já estão se matando na guerra, com armas e facas, e tudo o mais que se pode ferir alguém. Palavras. Palavras. Palavras. São só palavras, meras lembranças do passado. Um passado cheio de esperança, onde Você era tão importante quanto Eu ou a Maquina e Eu era muito considerado por Você. Entendo que para onde vamos não tem volta, ninguém pode impedir. Porque para onde vamos, ninguém sabe aonde é. Ninguém sabe voltar, somente um ser pode nós trazer de volta. E para mim ele também já não se importa, não liga e Eu não tenho fé. Fé é a mesma coisa de acreditar. Se eu acreditar muito, eu tenho fé. Se eu tenho fé, eu acredito muito. Por isso eu não acredito, sou um cético? Não. Um cético também acredita, tem fé em suas pesquisas. Eu não. Tenho fé somente em uma coisa. Uma única certeza. Na morte. Todos nós vamos ter o mesmo fim, porque ter medo, evitar falar não significa que vá demorar a chegada da morte. Se fosse assim, pessoas que vivem com ela, não viveriam para contar histórias. Médicos, funcionários de funerárias, coveiro. Deveríamos falar sobre ela com muita naturalidade, assim como o nascimento. Duas certezas, nascimento e morte. No nascimento todos ficam felizes (eu acho) e na morte todos choram de tristeza.

Não entendo como perco o foco dos textos sempre, isso se deve ao meu desprezo por qualquer regra ou dever que nos obriguem, nos engessem. Somos feitos para ser livre. Decidir se vamos pela direita ou esquerda, se vamos falar ‘Trem bão!’ ou ‘Maneiro!’, se vamos usar roupa ou não(o Inimigo Me Veste, que o diga?), se vamos acreditar ou não. Porque nós engessar? 'Não faça isso ou aquilo', 'você é obrigado a votar', 'se alistar', 'pagar para viver e para morrer'. Mas que coisa! Pagamos até para limpar a bunda depois de uma necessidade fisiológica. Pagamos! Pagamos! Pagamos! Não! Pare! Todo esse controle, toda essa pose para aparecer em frente à câmera. Tudo manipulado, as verdades já não existem, vivemos em um monte de mentiras. Tudo é uma completa e inimaginável falsidade. Será que eu estou usando mesmo uma calça azul? Ou será que eu como mesmo carne de frango? Será que eu penso mesmo no que quero? Será que eu vivo mesmo? Estamos tão envoltos em nossas próprias ilusões que não percebemos a verdade. Platão tinha razão em criar a Alegoria da Caverna, ele previu, naquela época (eu acredito) ainda tinham chance de sair das mentiras. Matrix é uma adaptação desse mito (parece mais palpável).

Encerro por aqui o que ainda pode dar muita corda para manga. Só lembrando que minha tão esperada aventura está por vir. Por mim iria agora, iria ontem. Tenho que seguir o que planejei (é adulto). Boa sorte a todos em sua jornada. Uma jornada dura e sacrificante mais que no final é compensadora. Boa sorte a todos em sua fé. Porque a minha já era. Agora só me resta pensar. Quando conseguir esperar com mais calma e jejuar por mais tempo, acredito que conseguirei completar minha primeira jornada de sacrifícios. Que a paz esteja em seus corações. A vida é conhecimento, não neguem e nem desfaçam dele. Sua maior fortuna é saber quem tu és.

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