sábado, 22 de novembro de 2008

Imaculado

Sempre constante, perdido na foto do álbum
Como consigo viver nesse mar de insatisfação
Todos em seus lugares, em suposta alegria

No deserto das nossas vidas calmas
No sereno de nossas almas mortas

Tudo o que imagina é pura solidão
Associação a margem de erro do passado
Preso em jaulas de ignorância

Siga o caminho mais certo
Saberá qual melhor decisão
Se essa imensidão dissipar

No inferno de humilhações
Na caverna dos dragões

Tudo tem seu fim, sempre disposto a um final
Minha adorável cama coberta com sangue real
Em algum lugar você pôs sua ignorância
Em que lugar você colocou nossa infância?

Num mar de gente
Num ato indigente
No pranto ausente
No lugar do complacente

Diga amor ao coração
Sem final de emoção
A completa emancipação
Às vezes tudo indica humilhação

Na frente de um bar, dentro de um beco. Uso calça jeans e um jaleco. Será que sou médico? Ando em direção oposta evitando olhar o monte de gente caída e vomitando nas paredes. Às vezes acho que isso não é o mundo real. Queria poder viver novamente mina inocente infância. Onde tudo era colorido e a verdade era minha vida. Bons tempos, aquele onde todos te olham com sinceridade, onde a gente realmente assume nossas responsabilidades. Se ser adulto é mentir o tempo todo, prefiro viver como uma criança. Agora me encontro deitado em um sofá sujo de comida estragada. Queria ao menos uma vez olhar minha vida com seriedade. Não sei que sou e nem sei que vou ser. Só sinto saudades do tempo em que o verde era divertido e o cinza uma chatice.

Um comentário:

Luize disse...

Irmão, seus textos são ótimos. E já q através deles podemos ir para lugares atingíveis e inatingíveis, nos faz sentir coisas boas e ruins, dentre outras sensações. Transforme-os de cinzas para verde! Vc consegue!

:*