domingo, 2 de dezembro de 2007

Dor de cabeça por não dormir!

Ao som, novamente, do Led Zeppelin e do Lobão minha dor na cabeça se alastra.

 

Na onda de um maremoto eu surfo. Iludo minha mente, escondo minhas caras. Digo ao mar para não me maltratar. Sou iniciante nesse negocio de surfar, nesse negocio de imaginar. Tenho uma prancha em meus pés, tento equilibra-la a qualquer custo. Tenho que fazer valer a pena. Errando e reconhecendo. Acertando e simplificando. Nunca posso deixar de ser humilde, tenho medo imenso de me tornar um metido. Assim eu não aprendo a viver, ou melhor, surfar. Nas ondas baixas e altas, no vai vem da comunicação. Existem erros de português, erros de linguagem e erros de interpretação. Eu sei, pelo menos eu tento reconhecer. Sou um metido orgulhoso, odeio aparecer, mas sinto falta de atenção. Sempre reneguei a atenção só pra mim por medo...

Medo de me sentir superior às pessoas, que eu não sou. Sou um merda como todos. Mas prefiro fazer com que as pessoas se sintam melhores do que eu do que eu melhor que elas. Eu e elas e eles e mim e tu e nós e vós santos da Terra. Deixe que eu erre, afinal de contas quem vive na minha vida sou eu. Eu quero errar e aprender com esse erro, porque sempre evitam isso. Sempre me tiram isso? Porque eu sempre culpo os outros? Acho que eu é que me tiro isso ao ter medo de viver. Medo de errar e acertar. Ao não arriscar eu me privo do não e consequentemente do sim. To com dor de cabeça de tanto surfar.

Não quero mais ficar nessa prancha o tempo todo tentando não cair, tentando equilibrar tudo. Os sentimentos, o sim e o não, o errado e o certo, o bem e o mal. Quero cair e me molhar, água salgada cura as feridas. Já me acertaram de mais. São pássaros que vem e sua direção em cima da prancha, são pedras que nos tacam, são comidas que nos jogam. Quero cair na água salgada para ver se um pouco dessas feridas abertas tapam, ver se estanca o sangue que escorre em minha cabeça. Quero cair da prancha porque sempre tive medo de me machucar. Prefiro ser machucado assim posso ficar eternamente na vitima.

Minha cabeça dói de não dormir. Se fechar os olhos eu caio da prancha e tomo um caldo dessa água. Eu só quero cair mesmo, porque não durmo logo. Caio sem saber que eu cai. Quando a gente fica muito tempo sem dormir direito ficamos estressados, é tão ruim ficar assim. Ficamos sem paciência com nada. Hoje eu já quebrei a estande do quarto. Já quebrei e as minhas guitarras. Tudo isso porque ultimamente não consigo ter uma noite de sono tranqüila.

Quero ter a certeza de que um dia eu serei quem eu sempre desejei. Tudo é tão chato quando se tem que se preocupar com tudo. Com o que fala, o que sente, o que quer e até o que ainda ira sentir. Vou abrir as portas da percepção. Mas para isso preciso de um pouco de ajuda. Talvez um produto, talvez uma viajem ao fundo do mar. Isso é curiosidade. Isso é viver?

Também cansei de reclamar, agora sei por que não dou minha opinião em muitas conversas. Sou muito chato, quando começo a falar não quero parar, eu reconheço isso. Por isso prefiro o silencio. Calo-me em varias situações para não ser chato. Quero ser perfeito né? Também já percebi isso. Eu acho que eu sou um chato por perceber tudo, parece que sei tudo, sou um sabe tudo; e também por reclamar de mais e por ser uma eterna vitima. Façam um favor a vocês e a mim, me deixem sozinho. É isso que eu quero. É assim que eu aprendo. Solidão.

No final a gente nunca sabe o resultado. Isso é viver, é surfar, tendo que se equilibrar numa prancha escorregadia. Um pedaço feito de qualquer coisa e pequeno. Assim a gente vai surf ando pelas ondas da vida. Vai caindo e se levantando e reclamando porque nunca estamos satisfeitos.

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