quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Filhos do Sol

"Esse é um texto que escrevi dia 27/05/2009, não sei porque não publiquei. Mas agora vai, sem mudança no inicio do texto, está exatamente com as mesma palavras de 8 meses atrás (e mesmo titulo). Só conclui o texto."

LEGENDA
sem negrito - 27\05\2009
com negrito - 11\02\2010


Somos seres esquisitos. Porque temos sede de sangue? Matamos tudo o que nós faz mal, sem remorso, sem dor. Porque necessitamos um dos outros para viver. O relacionamento social nós mantém, em palavras fáceis de entender, 'sóbrios' na sociedade. Ser um ser social não implica no fato de que temos que nós relacionar, podemos viver sem ninguém, temos essa capacidade. E então porque, quando estamos sozinhos, sentimos falta do que, na maioria das vezes, nos destrói?

O simples 'falar com outras pessoas', pode definir nosso destino, pode marcar no fim dessa vida. Segundo Hobbes, criamos a sociedade para proteger os fracos, e assim convivermos segundo nossas próprias leis, e não a lei da natureza (onde o mais forte sobrevive), sendo que dela somos feitos, será que isso é verdade? A sociedade, só mudou o a definição de fraco, nunca poderemos viver fora da lei da natureza (só se vivermos fora da natureza, podemos?). Na sociedade o homem criou sua própria regra, e parou de viver a mercê da natureza. As conseqüências? Estamos vivendo-as nesse exato momento do tempo, animais em extinção, clima em constante mudança devido ao enorme buraco na camada de ozônio, florestas inteiras devastadas devido à ganância e a mudança na lei. O que definiu nosso destino, tal como vivemos hoje em dia, foi a criação da sociedade. É certo que foi devido a ela que temos conforto tecnológico e educação, mas quem disse que se tivéssemos escolhido um caminho diferente não teríamos essas regalias?

A tecnologia, a educação, a convivência pacifica entre pessoas de raças diferentes, não é uma benfeitoria da sociedade e sim do Ser Humano, ser pensante, racional. Agora, podemos sim, culpar o objeto sociedade pelos problemas criados na natureza, o homem vivendo em sociedade sempre procura ser melhor que os outros a sua volta. A sociedade corrompe um homem que já nasceu com defeito. Não podemos ser seres perfeitos, mas podemos ser mais justos, mais solidários. Já escrevi vários textos criticando a sociedade, e isso não quer dizer que sou contra viver em sociedade, mas que desejo que as relações humanas (tanto com nossa própria espécie como com outros animais) dentro de uma sociedade sejam menos agressivas. Se for para continuar assim porque então nos escondermos por trás de ternos e vestidos, dizendo sermos seres civilizados, enquanto assinamos papeis sem valor autorizando outros iguais a invadirem uma área e exterminar milhares de outros iguais?

Hipocrisia? Somos, por natureza, seres contraditórios. Hoje desejo comer carne, amanhã não, e sou um ser carnívoro. E porque condenarmos animais irracionais (que agem por instinto) a morte porque matou um humano (eles agem por instinto). São atitudes que eu não consigo entender, não entra na minha cabeça (deve ser oca). Somos seres civilizados ou não? Uma espécie pacifica? Uma espécie burra, porque nos achamos os donos do mundo e nem ao menos sabemos o que tem fora do nosso mundo. E ainda existem pessoas que dizem não existir vida fora da Terra. Como isso é compreensível? Somos os donos do Universo e nem ao menos sabemos o seu tamanho. Mais fácil dizer que é infinito, nossa pequena imaginação não consegue compreender o tamanho e a verdadeira beleza do universo.

Somos confusos e ignorantes diante da beleza da natureza e do universo, por isso é melhor destruir e acabar com tudo, assim eles (natureza, universo, mundo, os outros) não se tornam melhores que a gente e seremos, para sempre, diante do nosso espelho, os perfeitos.

Um comentário:

Vanessa M. Leão disse...

E pra piorar, hoje, a sociedade é organizada por uma herarquia baseada em classes sociais. A classe alta domina a média, a média domina a baixa e a baixa "vive" a mercê (achei bonito) de todas elas. Isso é fato, muito infelizmente.
Só que, esse "dominar" não pode transpor certos limites, é aí que deve entrar a ética e o bom senso. Já que não podemos mudar essa situação (por enquanto?), podemos torná-la mais amena. Enfim... Quem somos nós diante da morte? Diante da natureza? Não somos, mesmo, os donos do mundo.

P.S.: Ótimo texto!

Abraço! :)