segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Acho que é um final feliz!?

Enfim, depois de textos desprezíveis algo digno de se compartilhar com ninguém.

Hoje, por volta de umas 01:30 da madrugada de segunda, eu estava na porta do PS da UFU, no bairro Umuarama, quando uma mulher (ou uma senhora) viúva, segundo ela, me abordou na chuva pedindo ajuda. Disse que teve um câncer perto do rosto, me mostrou a cicatriz, por isso tinha uma parte dele paralisado, com medo de se aproximar de uma estranho ela se manteve a mais ou menos uns 2 metros de distancia, e falava em um tom mais baixo, por isso a dificuldade de escuta-la.

Me explicou que tinha um filho que precisava de um leite especial, do tipo sem lactose, eu conhece esse leite porque um primo meu tomava só dele também (ela expressou um sorriso e juntou as mãos como se agradecesse a alguém por eu já conhecer o problema do filho dela), me disse o nome do leite, e falou que precisava de ajuda para comprar o leite. Me contou uma história muito detalhada,  falou que uma senhora de alguma igreja de Uberlândia disse que a iria ajudar, mas que só poderia depois de 2 dias.

E ainda me contou da história do falecido marido dela, que ela não poderia estar naquele tempo por causa do problema da paralisia facial e que estava meio adoentada, sua garganta estava ruim. Eu disse a ela para ir para casa cuidar de seu filho ou então procurar ajuda no hospital, que do outro lado da rua. Ela disse que precisava ajudar seu filho.

Tinha uma aparência muito estranha, no inicio pensei que era para usar crack ou outro tipo de droga, mas depois que escutei a historia dela, joguei fora meus preconceitos e tudo o que sempre dizem ("Não dê esmola porque eles sempre compram drogas"). EU ACREDITEI NELA. Eu simplesmente me livrei dos pre-julgamentos, pre-conceitos e das suspeitas, e acreditei nela. É isso que eu acho que falta algumas vezes em nossas atitudes no dia-a-dia.

Ela ficou muito feliz quando tirei da minha carteira 7 reais. São 7 reais que não me farão falta, não ficarei mais pobre. Isso seria um dinheiro para que eu comprasse chocolate, refrigerante, salgado, algo para saciar o meu costume com o conforto. É mais confortável eu comprar isso do que chegar em casa e fazer comida. E ainda é menos saudável.

Ela ainda está lá, imagino. Pedindo. Chorando. Desistindo. Mas ela ficou feliz por saber que ainda existem pessoas que acreditam nela. Não importa o que fará com o dinheiro. Esse é outra decisão, existem outros fatores que a levem a usar o dinheiro para o que eu não sei ou o que acredito saber. Mas eu prefiro acreditar nas pessoas, que elas ainda são capazes de sorrir pelo outro. Em um mundo onde todo mundo 'puxa o tapete' de todo mundo, algumas pessoas que não o faz ainda existem.

Rodolfo Machado
Obs.:
Jack Jonhson - The News                      Ben Harper - When She Believes
Devendra Banhart  - Quédate Luna      Foo Fighters - Razor
My Morning Jacket - I'm Amazed            Tenacious D - Friendship

4 comentários:

Vanessa M. Leão disse...

Acho que as pessoas quando mentem enganam primeiro a si mesmas, para depois enganar os outros. Então, quem é mais "trouxa"?

E, realmente, R$ 7,00 não ia fazer falta a ninguém.

Parabéns pela atitude! :D

Vanessa disse...

Ah! Os outros textos NÃO eram desprezíveis, Rodolfo. Nunca serão. E obrigada por compartilhar esse... :)

Unknown disse...

Eu tbém as vezes acredito, nos faz bem fazer o bem...

Unknown disse...

Boa viagem!!! E continue escrevendo!